quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pedidos

Pouca gente percebe quanta coisa desnecessaria a gente diz, quanta coisa desnecessaria a gente faz, e que as palavras podem machucar alguem. Voce já parou pra pensar que sempre reclamamos do ano que vivemos, e pedimos pra o outro ser melhor, mais doce e mais vivo? Mas como é que tudo isso vai acontecer, se a mudança não partir de dentro? Certo que eu não gosto muito da forma como o fim de ano traz as lembranças à tona novamente, mas uma coisa é certa: nada muda se voce não mudar. “Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos.” Andei pensando em como foi bom e ruim, como numa montanha russa. Com seus altos e baixos. Sabe, acho que sou intenso demais. Vivo tudo. As partes altas, as partes baixas, as descidas, as curvas e principalmente as subidas. Não por serem dificeis, complexas, lentas e demoradas. Mas por me lembrar tanto de como a vida realmente é. Uma cadeia de montanhas russas, em que a gente desce, sobe, desce, sobe, sai, encontra pessoas, desencontra de pessoas, ama, desama, odeia, vira melhor amigo e dá valor a quem não merece. Uma cadeia de risos, lágrimas, tempos, saudades, distancias, confissões e confusões. Acho que aprendi demais esse ano. Aprendi, mas não garanto seguir todas as aprendizagens.Aprendi, mas nem sei direito se quero por em prática. Ou se devo por tudo em prática. Sei o que devia fazer antes, mas hoje já não é garantia. Acho que esse ano o que eu mais aprendi foi a ouvir. A entender os outros, a partir do momento que eu me entendi, ou pelo menos tentei. Eu queria ter uma lista de desejo, saberia exatamente o que pedir. Pediria que as coisas melhorassem, pra mim e pra todo o mundo. pediria aquela onda de sempre, de amor, paz, saúde, felicidade, riqueza, sucesso e tudo o mais. Pediria você.  Mas se eu tivesse um só pedido, eu saberia o que pedir. Um mundo melhor. O resto a gente ajeita, a gente muda, a gente faz. Até arranja uma cama improvisada pra um melhor amigo no canto da casa. Ou espaço na cama pra aquela garota que voce sempre quis dormir. A gente sempre se ajeita. Tudo se ajeita.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fim de ano.

Eu acho o final do ano um saco. Não por ter que me despedir do que passou, ou me preparar para o que está por vir. Mas pelo jeito em que as lembranças se afloram. O jeito como o meu melhor amigo some, ou como todo mundo está viajando e eu continuo por aqui no mesmo mar de tédio que sempre acaba me levando ao mesmo mar de lembranças que sempre acabam me irritando, machucando, e insistindo. Insistindo que é amor. Insistindo que eu ainda amo aquela mesma pessoa de antes. Ou melhor, de um ano atrás.  Se me lembro bem, meu pedido pra esse ano foi: Eu quero conseguir superar esse maldito amor, que eu conseguisse abdicar dele e partisse pra coisa melhor. Que eu tivesse calma, e que a felicidade que estava guardada pra mim não demorasse pra chegar. E com tanta coisa rolando no mundo, não é que Deus me ouviu? E se a minha mãe tivesse lendo isso aqui ela diria: " Ele sempre lhe ouviu, a questão é que voce resolveu falar de verdade, agora." ou algo do tipo. Eu passei por tantas fases, tantos dias e sensações. De que ela iria voltar, de que eu iria atrás, de que as coisas iriam mudar, e que a menina da rua de trás era quem eu sempre quis. Mas não. As coisas não são como a gente quer, e talvez, a minha filosofia barata não te faça entender que tudo passa. Até esse amor que voce acha que é pra vida inteira. Mesmo que pareça que não vai parar de doer. Que não vai conseguir esquecer. Voce consegue. E a vida não é só feita de amor. De flores, cores ou arco-iris com brilhinhos voando. Não. Onde há um sorriso pode ter havido lágrimas. O que hoje é bom, amanhã pode ser melhor. E eu não tenho medo. Tinha antes, mas já sei que não há o que temer. Não há o que temer, porque o ano novo é amanhã, e amanhã não vai ser muito diferente de hoje. Entende? Amanhã só vai ser uma data, com um ano a mais contando. Só isso. E bom, o seu amor tem que começar a sair de alguma maneira. Talvez no suor ou no cuspe. É nojento, mas sei lá. Ele tem que ir embora, como o meu foi. E um outro bem mais leve veio. Foi como eu abandonar hamburgueres, churrascos gordurosos, refrigerantes, cervejas, vinhos, vodkas e sedentarismo por saladas, sucos, sanduiches naturais, carne grelhada e arroz sem sal e uma rotina nova de exercicios fisicos. Se acostumar é dificil. Mas quando voce se acostuma, ah, voce nem lembra mais como é. E se lembra, que se foda se voce lembrar. Nao me lembro como foi que aconteceu. Quando foi que eu troquei o meu hamburguer gorduroso de carne gordurosa por um hamburguer de soja e frango assado com mais tomate e alface do que a propria carne. Mas não importa. Acho que fiz uma boa decisão. Afinal, a mudança tem que vir de algum lugar. E lugar pra mudar é o que não falta. Meu quarto, minha mente, minha casa, meu coração, minha rotina, minha escola, meus dias, e minha cidade. Talvez o pouco de voce que ainda tem em mim, ou o nada de mim que tem em voce. Ano novo , vida nova. E acho que vou faz bem crer. 
Uanderson Lima